domingo, 3 de abril de 2011

COTIDIANO


Avó, nome mais doce que brigadeiro,
A segurança do abraço quente,
Do colo que aconchega,
Da certeza nos momentos de incerteza.
                                               Ednar Andrade

Enquanto mexia uma panela de brigadeiro no calor de 30 graus em Salvador, pensei na importância das pequenas coisas na nossa vida, nos cheiros da infância e no passar das gerações.
Eu adorava quando minha mãe fazia os brigadeiros nos aniversários ou natais.
Ficava a seu lado, de butuca,esperando dar o ponto –para  ficar perfeito há de se esperar soltar da panela – o que para mim parecia uma eternidade.
Ah,aquele cheiro de chocolate a provocar meus sentidos,a língua já sentindo o gosto doce e suave,quase uma estória de amor.
Acho que o sujeito que inventou o leite condensado deveria ser canonizado e descansar numa parte do céu cheia de nuvens sedosas e alvíssimas, como colchões de cetim.
Anos depois era eu, de avental não sujo de ovo, mas,de chocolate a fazê-lo para meus filhos nos seus aniversários.Éramos seis e tinha festa o ano inteiro.
Também lá estava eu fazendo os mesmos brigadeiros para meus netos, como Júlia que aniversaria hoje.
Mudei eu  ,mas,não mudaram os brigadeiros,com o mesmo sabor,mas, às vezes, um travo amargo no meu ser, pois,a vida não havia me dado tudo  o  que pedi e  os dias nem sempre eram de vinhos e rosas.
Mas, para meus netos, o sabor do brigadeiro era o mesmo, temperado com o carinho da vovó e  suas mãos meio engelhadas,marcadas pelo tempo.
Graças aos céus existem as crianças,persistem, resistem, enfrentam muito cedo as dores da vida, mas, enquanto uma mamãe ou uma vovó fizer brigadeiros e o sol surgir de manhã e as fadas aparecerem nos bosques  e os gnomos nos jardins, enquanto pipas forem soltadas na direção do infinito e cantigas de roda forem cantadas ,  ainda haverá esperança para o homem.

 IMG: Crianças comendo brigadeiros

Minha neta, Júlia, aniversariante  e minha bisneta Nathália  fazendo o que todas as crianças amam fazer.

12 comentários:

  1. Parabéns pra Julia, pra vovó coruja que faz brigadeiros que deixam sempre a vontade de rapar a panela.

    Linda tua crônica!Lindas meninas!

    beijos,chica

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  2. Amiga,elas são as mais novas da família.
    A Nathália é a mais espevitada.Imagina a quem puxou. bjs

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  3. Eu nunca serei avó, mas como fui neta, sei a importância dessa figura na vida de qualquer um

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  4. Ser avó ou avô tem um gosto muito especial, agora eu bem conheço o sabor.

    Há 4 meses suspiro de felicidade com meu neto Valentin Moreno. Que delícia amiga Miriam.

    Imagino que deva ser puro encantamento ter uma avó como você, êta sorte destas crianças.

    bj.


    bj.

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  5. Espero ser avó um dia , mas não precisa ser tão cedo ...rsrsrs Bjs e parabéns pelo blog

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  6. Querida Marina,nós somos abençoadas. bjks

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  7. Eu tb.Quero voltar a ser bisavó,mas,n/ precisamos exagerar...rsss bjks

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  8. Ainda não sou avó, mas se chegar lá, meu(s) neto(s), jamais esquecerão de mim.
    Parabéns, querida Miriam.
    Avós, bisavós...Enxergam o futuro com a experiência do passado, e passado é infância. Vamos aos brigadeiros.
    Grande abraço
    Bjs.

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  9. Vou roubar alguns dessas ferinhas e te mandar. bjks

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  10. Lindo demais Miriam a sua expressão desse grande amor,parabéns pelas lindas netinhas!

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  11. Amiga Bergilde,vc sabe,como uma mãe maravilhosa,q/ nós morremos por essas coisinhas linda. bjks

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