DEUS E O DIABO NA TERRA DOS PAPAS
...pois a nossa luta não é contra o sangue e a
carne,mas,contra os principados,as potestades,os dominadores deste mundo
tenebroso,os espíritos malignos espalhados pelo espaço.”
São Paulo,epístola aos efésios
Ribombou no Vaticano,como um raio do Senhor,a
renúncia de Bento XVI;muitos ,perplexos,não entenderam;outros
especularam,alguns condenaram e uma
maioria louvou a coragem do Pontífice.Estou entre esses.
Bento XVI não foi o primeiro papa a
renunciar.Celestino V que ele tanto admira, foi um deles. Mas,nenhum dos sete
renunciantes tiveram a mesma razão do Cardeal Ratzinger, o
cordeiro imolado para tentar acabar com o mar de lama em que está envolvida a
Cúria Romana e que pode levar ao fim da Igreja Católica como a conhecemos.
Profecias sobre isso já aconteceram. São Malaquias
previu que viria um papa negro e que logo em seguida “Roma seria destruída;e,o
próprio Cristo disse que sua igreja duraria 2000 .Assim sendo,já está fora do prazo de
validade.
Os dissabores e decepções do Papa foram se
acumulando e pesando muito sobre seus frágeis ombros;importante teólogo e
intelectual de vasta cultura,além de educado no rigor da lei ,era difícil ,para ele conviver com a
sordidez,a ganância e a maracutaia que vicejava,no segredo entre os príncipes
da Igreja.
Nesta luta entre o Bem e o Mal,que dividiu a Cúria
,falou-se até em chantagem, devido ao roubo de documentos secretos ,cometidos
pelo mordomo do papa,episódio conhecido como Vatileaks, mas,essa hipótese
parece descartada.
Claro que se a coisa ocorreu assim –o culpado nas
estórias policiais é sempre o mordomo – houve um mandante ,que pode ter sido um
membro da Cúria e pessoa bem próxima do Papa,cujo interesse seria
desestabilizar outros cardeais.a luta interna nos bastidores da Igreja supera
até as Cruzadas.
Os documentos roubados eram cartas denunciando os
corruptos que assinaram contratos superfaturados e causado um prejuízo de
milhões de euros ás finanças da Santa Sé,segundo a imprensa especializada.
Resumo da ópera: o mordomo foi condenado,preso e perdoado pelo Papa.
Claro que o Papa não perdoaria esses “mercadores
do templo” como Cristo também não perdoou.Na impossibilidade de expulsá-los o
Papa preferiu ele mesmo sair.
O Papa,nos seus últimos pronunciamentos .deixou
clara sua amargura e constrangimento
devido ás dissensões entre os cardeais
que abalavam a unidade da Igreja.
-“É preciso superar individualismos e
rivalidades”,disse ele.Mas,a maioria dos cardeais está cuidando muito mais dos seus próprios
interesses,sucesso pessoal e glória do que no serviço de Deus.
Outro fato que muito incomodou o papa foi não ter
recebido apoio dos cardeais,bispos e padres ,para punir e os pedófilos.Entrou
em cena o “espirit du corps” da igreja,que preferiu ignorar e acobertar fatos horripilantes como os
acontecidos na Irlanda onde milhares de crianças foram abusadas sexualmente e
seus algozes nunca punidos.
Convenhamos que tudo isso é demais para um frágil
senhor que só se preocupa em tornar a igreja melhor,embora continue condenando o aborto,o casamento entre pessoas do mesmo
sexo e as pesquisas sobre as células – tronco.
E ,o pior,seu sofrimento e mágoa não acaba
ai;agora,ainda tem que se preocupar com sua segurança e moradia.Se for recolher-se,como
quer a um monastério e lá acabar os seus dias e,entre livros,curar suas
mágoas,corre o risco de ser preso como conivente com a pedofilia.Para evitar isto terá que
morar em Castel Gandolfo e gozar da imunidade papal;mas,estará vendo e convivendo
diariamente com aqueles que o destruíram e estão destruindo a igreja.
Entre a cruz e a caldeirinha o Cardeal Ratzinger
estará cumprindo o seu calvário.
...E PARA QUEM GOSTA DA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
A HISTÓRIA SECRETA DA
RENÚNCIA DE BENTO XVI
Os especialistas em
assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu renunciar em março
passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a Cuba. Naquele momento,
o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes Études de
Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de seu
predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de
cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção,
finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos
secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro. O Vaticano era um ninho de
hienas enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral alguma onde a cúria
faminta de poder fomentava delações, traições, artimanhas e operações de
inteligência para manter suas prerrogativas e privilégios a frente das
instituições religiosas.
Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o
mandato de Bento XVI o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta.
Joseph Ratzinger teve o mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos,
mas não o de modernizar a igreja ou as práticas vaticanas. Bento XVI foi, como
assinala Philippe Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981
seguiu o reino de seu predecessor acompanhando vários textos importantes que
redigiu: a condenação das teologias da libertação dos anos 1984-1986; o
Evangelium vitae de 1995 a propósito da doutrina da igreja sobre os temas da
vida; o Splendor veritas, um text o fundamental redigido a quatro mãos com
Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista francês são um compêndio
prático da visão reacionária da igreja sobre as questões políticas, sociais e
científicas do mundo moderno.
O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde
2003, tem em sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um
dragão que simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a
verdade, no Vaticano, não é uma moeda corrente. Depois do escândalo provocado
pelo vazamento da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do
Vaticano, a cúria romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua
imagem com métodos modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense
Greg Burke, membro da Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista
Time e da cadeia Fox. Burke tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da
igreja. “Minha ideia é trazer luz”, disse Burke ao assumir o posto. Muito
tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja católica.
A
divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do
papa, Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação
sabiamente montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o
poderoso secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar
Bento XVI à renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a
luta interna em curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a
tarefa de limpeza confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com
anjos não é fácil de redesenhar.
Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita do mundo.
Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita do mundo.
Bento XVI não foi o sumo
pontífice da luz que seus retratistas se empenham em pintar, mas sim o
contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou engolir
pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é
doutrinária, mas sim financeira. O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e
muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as
contas maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada
por João Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual.
Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti
Tedeschi para o posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião
(IOR), o banco do Vaticano. Próximo à Opus Deis, representante do Banco
Santander na Itália desde 1992, Gotti Tedeschi participou da preparação da
encíclica social e econômica Caritas in veritate, publicada pelo papa Bento XVI
em julho passado. A encíclica exige mais justiça social e propõe regras mais
transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve como objetivo
ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano. As contas da Santa Sé são um
labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais conhecidas
remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem de
prisão contra o arcebispo norteamericano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro
de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano
na época.
João Paulo II usou o argumento da soberania territorial do
Vaticano para evitar a prisã o e salvá-lo da
cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos anos 70, Marcinkus
havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as contas do sindicato
polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu jamais. Marcinkus
terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco buraco
negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres. No dia 18
de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars, em
Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu
aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do
Banco Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2),
dirigida por Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus.
Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só
permaneceu três anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em
2012 por supostas “irregularidades” em sua gestão. Tedeschi saiu do banco
poucas horas depois da detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em
que o Vaticano estava sendo investigado por suposta violação das normas contra
a lavagem de dinheiro. Na verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro
episódio da guerra entre facções no Vaticano. Quando assumiu seu posto,
Tedeschi começou a elaborar um informe secreto onde registrou o que foi
descobrindo: contas secretas onde se escondia dinheiro sujo de “políticos,
intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”. Até Matteo
Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro depositado no
IOR por meio de laranjas.
Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano
diz que o banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por
conselheiros do banco com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor
Bertone, um inimigo pessoal de Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais
que fiscaliza o funcionamento do banco. Sua destituição veio acompanhada pela
difusão de um “documento” que o vinculava ao vazamento de documentos roubados
do papa.
Mais do
que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano
os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho
de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos
de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia
católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. Nada
muito diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo suicida,
proteção de privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o Vaticano
não é mais do que um reflexo pontual e decadente da própria decadência do
sistema.
Tradução:
Katarina Peixoto
EMBORA O ASSUNTO NÃO SEJA PARA RIR...
OS PECADOS DA CÚRIA:
1. Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade; desrespeito aos costumes; lascívia.
2. Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para o corpo humano.
3. Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada, desejo de adquirir bens materiais e de acumular riquezas.
4. Ira: raiva contra alguém, vontade de vingança.
5. Soberba: manifestação de orgulho e arrogância.
6. Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros.
7. Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes.
2. Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para o corpo humano.
3. Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada, desejo de adquirir bens materiais e de acumular riquezas.
4. Ira: raiva contra alguém, vontade de vingança.
5. Soberba: manifestação de orgulho e arrogância.
6. Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros.
7. Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes.
CRISTO DISSE:-TÁ CERTO QUE UM E OUTRO,MAS,TODOS???
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Isso não perco por nada.
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No blog Conversa Fiada.
*O Google me deu o espaço
Que aproveitei na hora,
Para cantar minha terra
No blog A Bahia de Outrora.
*
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