O MÊS DE ABRIL E VOCÊ
Horóscopo politicamente incorreto
Os homens nascidos em Abril são atentos, fortes e valentes, não temem a
polícia,portanto alguns gostam de bater nas mulheres com o intuito de pô-las no seu devido
lugar,principalmente agora quando até ousam presidir o Brasil, vejam vocês que
despautério!
Como sexo frágil ,o homem tem
que se defender, vocês não acham?!
As mulheres que nascem neste período
são,além de interessantes,combativas e enérgicas, modestas e
compreensivas.
São mestras em plantar verde para colher maduro.
Procuram fazer um bom casamento e ficam em casa, no bem-bom,
esperando que o marido pague as contas.Se o cidadão – marido reclama ,elas os
mandam plantar batatas, sejam eles intelectuais, políticos ou advogados.
Quando eles se recusam a colaborar com o desenvolvimento da
agricultura nacional, pensa você que elas partem para a briga?! Claro que não!
Dizem a eles que foi uma brincadeira de
primeiro de abril e tudo fica como dantes no quartel de Abrantes.
Porque, ao serem assim tão desprendidas,a única coisa que elas realmente
desejam é mandar no marido.
VERSINHO DO MÊS
Aproveite o mês de Abril,
Para sentir-se orgulhoso
De morar nesse país,
Terra de samba e pandeiro,
Onde tudo acaba em pizza.
Com o real valorizado
Como você sempre quis,
Lembra do tempo do cruzeiro,
E, me diga,companheiro,
Não é legal ser brasileiro?
Lembra do tempo do cruzeiro?
LOBATO NASCEU EM ABRIL
Monteiro Lobato:
a recriação do livro no Brasil
José Bento Monteiro Lobato ainda não desfruta do devido reconhecimento
quanto ao seu papel ativo no trabalho de modernização da sociedade brasileira
nos setores artístico, político e cultural. A nossa crítica literária, bem como
a nossa historiografia, e, especificamente, os nossos livros didáticos estão em
débito com o criador do Jeca Tatu e da boneca-gente Emília.[1] [1]
Não raro, os livros que se referem ao escritor fazem senão acentuar um
ou outro aspecto da sua agitadíssima vida pública ou privilegiar uma obra ou
fase da sua vasta produção literário-intelectual. O episódio Monteiro
Lobato/Anita Malfati, por exemplo, é um dos aspectos mais visitados. E serve
geralmente para lembrar de Lobato como o inimigo irredutível dos modernistas.
Talvez esteja nesse acontecimento o ponto de partida de todo o processo
de desconsideração da modernidade de Monteiro Lobato[2] [2] ; desconsideração esta que ainda
encontra acolhida nas universidades e nas escolas do ensino médio.
Apenas agora o estigma que recai sobre Monteiro Lobato estai sendo
repensado, e cedendo espaço para outros olhares.[3]
[3] Na esteira dessas novas leituras, gostaríamos de enfeixar uma outra, cuja
especificidade está no esforço de entender a modernidade singular de Lobato.
Entendimento que passa, primeiramente, pelo redimensionamento do próprio
conceito de modernidade, operado, sobretudo, pelos críticos de Monteiro Lobato.
Esse redimensionamento procura principalmente alargar a abrangência do
conceito, que sai do campo meramente discursivo e se revitaliza no da prática
social, política e cultural.
Senão, vejamos. Se entendermos, como os modernistas históricos, que a
obra isolada diz da sua modernidade, então, nesse sentido, o trabalho de
Monteiro Lobato torna-se limitado. Agora, se ampliarmos o conceito e
entendermos que a modernidade é um fenômeno que pode ser avaliado dentro de um
sistema ou de um todo orgânico de práticas e discursos, no qual obra, autor e
público estão inter-relacionados, então, o nosso autor aparecerá tão moderno
quanto os modernistas de 22.
A modernidade de Monteiro Lobato reside justamente no fato de ele ter
conseguido combinar esses componentes ao longo de sua carreira. É o que podemos
reparar no engajamento do escritor nos diversos fronts em que lutou e se
engajou.
No front do mercado editorial, que é o tema que nos interessa, Monteiro
Lobato promoveu uma verdadeira reviravolta, a partir da introdução de práticos
e funcionais métodos e processos de publicação e distribuição de livros. Sem
falar da inovadora política editorial que imprimiu ao mercado livresco.
Antes de Lobato-editor, reinava, no Brasil, soberanamente, uma certa
visão romântica oitocentista do livro, que o colocava na condição de objeto
sagrado, cujo acesso estava reservado à elite. Sem dizer que a literatura ou,
em outros termos, a arte de bem escrever era tida como uma prática acadêmica e
oficial, exclusiva dos homens de ciência.
Contribuía para reforçar essa visão, claro, a pequena capacidade da
produção e distribuição de livros da época, que contava apenas com meia-dúzia
de livrarias e poucos pontos de venda no Brasil.
Editoras inexistiam. Muitos dos nossos melhores escritores foram, no
começo do século 20, editados e publicados por editoras portuguesas ou
francesas. São os casos de Machado de Assis, Lima Barreto, Graça Aranha,
Alberto Rangel, Coelho Netto, Euclides da Cunha, apenas para ficar nos mais
conhecidos.[4]
[4]
Seguir a narrativa dessa aventura editorial – e era assim que Lobato
gostava de se referir aos seus empreendimentos – é historicamente importante
porque fornece uma visão, não só das condições sobre as quais funcionava o
mercado de livros antes da aventura editorial lobatiana, bem como das
transformações experimentadas pelo setor, quando da entrada do escritor.
Segundo o testemunho de Edgar Cavalheiro, o principal biógrafo do
escritor, o primeiro passo para entrada de Monteiro Lobato no mundo editorial
ocorre em 1917. Nesse ano, Lobato, fazendeiro falido e desanimado, finalmente,
consegue vender a Fazenda da Buquira, herança do seu avô, o Visconde do
Tremembé. Com o dinheiro angariado resolve, no mesmo ano, transferir-se, com a
família, para São Paulo. Em 1918, ao ser convidado para dirigir da Revista do
Brasil, para qual vinha colaborando, assiduamente, desde 1916, decide
comprá-la.
A Revista do Brasil aparece, assim, como a primeira experiência séria de
Lobato como empresário do livro e da cultura. Na verdade, ela serviu como uma
espécie de laboratório para Monteiro Lobato, onde ele pôde, com sucesso, realizar
algumas experiências no mercado editorial brasileiro com livros de sua autoria.
Ele aproveita o embalo do sucesso editorial do livro O Inquérito sobre o
Saci, publicado também em 1917 pela Revista do Brasil, e decide soltar livros
que reunissem todo o material literário, sobretudo, contos, que ele produzira
até então.
O primeiro, de uma série de livros, é Urupês, que cai no gosto público
como doce no formigueiro, e acaba, por isso, transformando-se num verdadeiro
best-seller nacional. Urupês, ou melhor, todo o processo de publicação que ele
encerra, denuncia, sem dúvida, o espírito inovador e moderno que Monteiro
Lobato imprimiu ao mercado editorial nacional da época. É preciso seguí-lo
passo a passo, para sentirmos o realismo da modernidade lobatiana nesse campo.
Deixemos aos cuidados de Edgar Cavalheiro a condução desse nosso passeio
narrativo pela aventura do Lobato editor. Após descrever a “pasmaceira” em que
estava mergulhado o mercado editorial brasileiro, Edgar Cavalheiro narra como
Monteiro Lobato recria, com originalidade, todo o ambiente, dando-lhe uma nova
dimensão. Diz ele:
É quando surge Monteiro Lobato. Tendo
impresso por sua conta, nas oficinas d’ O Estado de São Paulo, mil exemplares
de Urupês, verificara, ao ter os volumes prontos para venda, que em todo o
território nacional existiam sòmente trinta e poucas casas capazes de receber o
livro. Não era possível, por tão poucos canais, o escoamento daquilo que se lhe
afigurava um despropósito de volumes. Dirige-se, então, ao Departamento dos Correios,
solicita uma agenda e constata a existência de mil e tantas agências postais
espalhadas pelo Brasil. Escreve delicada carta-circular a cada agente, pedindo
a indicação de firmas ou casas que pudessem receber certa mercadoria chamada
‘livro’. Com surprêsa recebe respostas de quase tôdas as localidades. De posse
de nomes e endereços assim obtidos, procura entrar em contacto com os possíveis
clientes, escrevendo-lhes longa circular, portadora de original proposta:
‘Vossa Senhoria tem o seu negócio montado, e quanto mais coisas vender, maior
será o lucro. Quer vender também uma coisa chamada livro? V. Sª não precisa
inteirar-se do que essa coisa é. Trata-se de um artigo comercial como qualquer
outro, batata, querosene ou bacalhau. E como V. Sª receberá êsse artigo em
consignação, não perderá coisa alguma no que propomos. Se vender os tais
‘livros’, terá uma comissão de 30%; se não vendê-los, no-los devolverá pelo
Correio, com porte por nossa conta. Responda se topa ou não topa’.[5]
[5]
Segundo Edgar Cavalheiro, o expediente lobatiano funciona perfeitamente,
pois:
Quase todos toparam, e Lobato passou
dos trinta e poucos vendedores anteriores, que eram as livrarias, para mil e
tantos postos de vendas, entre os quais havia lojas de ferragens, farmácias,
bazares, bancas de jornal, papelarias. O comércio de livros, que modorravam
numa rotina galega, ganha impulso insuspeitado. As edições, que antes não
ultrapassavam 400 ou 500 exemplares, e assim mesmo muito espacejadas, pulam
imediatamente para três mil exemplares, e começam a surgir quatro, cinco, seis
e até mais livros por mês.[6]
[6]
Os lances de originalidade e criatividade de Monteiro Lobato no campo
editorial podem ser observados durante os quase sete anos que esteve à frente,
juntamente com Octales Marcondes Ferreira, primeiro, da editora Monteiro Lobato
& Cia (1920-1925) e, depois, da Companhia Editora Nacional, onde permanece
até 1927. A inovação, nesse caso, fica por conta, primeiro, do critério
editorial usado por ele para a seleção dos escritores e livros publicados nas
suas editoras e, segundo, pela exploração das técnicas de marketing e
propaganda para seduzir o leitor e ampliar a rede de fornecimento e venda de
livros.
No primeiro caso, o método era simples e ousado, ao mesmo tempo. Conta
Edgar Cavalheiro que Monteiro Lobato recusava-se a imprimir os “medalhões”, os
consagrados, argumentando que o leitor médio estava ansioso por escritores e
livros de linguagem simples, direta e popular. Existe inclusive uma anedota do
próprio Lobato para ilustrar o fato:
Há, por exemplo, narra Edgar Cavalheiro, o caso daquele prêto que entra
na saleta da editôra sobraçando um maço de originais:
- Sou Fulano de Tal, escrevi êste livro, e desejava saber se êle merece
ser editado.
Lobato responde ex-abrupto:
- Perfeitamente. Edito o seu
livro.
O prêto, confuso, soube apenas demonstrar o seu espanto:
- Mas se o senhor ainda não leu o
livro?
- Não tem importância. Se êle não prestar, eu
conserto. O que preciso é de um prêto na galeria dos meus editados. De você só
quero uma coisa: o retrato bem prêto, sem chapéu, mostrando a garofinha.’[7]
[7]
Graças a essa política editorial aberta, Lobato-editor consegue garantir
a entrada no mercado de um sem número de escritores, senão completamente
desconhecidos, pelo menos pouco divulgados em nível nacional.
Durante o período que Lobato esteve no comando literário das editoras
Monteiro Lobato & Cia e Companhia Editora Nacional pelo menos 50 novos
escritores foram apresentados ao público.
Muitos deles se tornaram mais tarde os principais propagandistas do
modernismo brasileiro. A lista é extensa e variada. Foram editados nomes como:
Godofredo Rangel, Paulo Setúbal, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida,
Cornélio Pires, Afrânio Peixoto, Coelho Neto, Oliveira Viana, Pedro Calmon, Gastão
Cruls, Rodolfo Teófilo, Papi Júnior, Oswald de Andrade, Tales de Andrade,
Eduardo Carlos Pereira, Oswaldo Orico, Cesídio Ambrogi, Carlos Dias Fernandes,
Djalma Andrade, Alberto Seabra, Otto Prazeres, Lucílio Varejão, Sud Menucci,
entre outros.
No campo mercadológico/publicitário, Monteiro Lobato também inova ao
introduzir e manipular um conjunto de técnicas e métodos de sondagem,
pesquisas, classificação de mercados e de truques publicitários de sedução do
leitor completamente inéditos naquele momento.
Uma dessas técnicas, comentada a pouco, era a de correr atrás do leitor,
procurando saber onde mora, levando até ele o livro, para que tivesse apenas o
trabalho de ler. Para tanto, a pesquisa de localização e identificação do
leitor era imprescindível. E Lobato lançou mão de todos esses expedientes. Foi
assim que ele conseguiu, por exemplo, fazer com que o número de assinantes da
Revista do Brasil saltasse de 12, em junho de 1918 para 150, em agosto do mesmo
ano. A técnica do anúncio também foi muito explorada por Lobato. Servia,
sobretudo, para divulgar as chamadas edições da Revista do Brasil. Já na edição
de junho de 1918, trazia na capa um pomposo anúncio dos livros Urupês e Saci
Pererê.
No projeto gráfico também podemos notar a originalidade de Monteiro
Lobato-editor. A inovação do padrão gráfico se verifica através de uma
programação visual sofisticada e tipografia elegante, atentando, ao mesmo
tempo, para a revisão rigorosa da composição e provas finais.[8]
[8] Mas não só:
Objetivando cativar e conquistar um
número cada vez mais amplo de leitores, contrata artistas para substituir as
monótonas capas tipográficas pelas capas desenhadas, tornando o seu produto
mais atraente aos olhos do consumidor.[9]
[9]
Temos aí, portanto, alguns exemplos, entre outros, da postura modernista
de Monteiro Lobato, no campo editorial. Uma postura que se queria diferente da
prática reinante na época, que recriasse o mercado do livro em outros termos
que não romântico e aristocrático, mas democrático e dinâmico.
Texto extraído da Internet
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Oi Miriam,
ResponderExcluirAqui estou eu para aprender um pouco mais com o seu post. Sobre os homens do mês de abril, acho que is que eu conheço nasceram com o vento-virado Rsrsrs e sobre o incentivo à leitura, percebo o quanto é difícil despertar nas crianças e nos adolescentes o gosto pela leitura. Tenho dois filhos e vivo isso na pele. Usufruo muito de Monteiro Lobato nesta hora.
Grande beijo
Leila
Amiga,sei q/ é difícil,ms, o hábito da leitura tem q/ ser estimulado.
ResponderExcluirAgora, as crs/ precisam de livros q/ despertem seu interesse. bjs