O BLOG DE JULHO/ AGOSTO/2014
AS MOTIVAÇÕES DOS
PEQUENOS
Historicamente o
governo do Brasil gira em torno de dois macropartidos com a participação de
outros poucos grandes. Mesmo assim, em todo ano de eleição presidencial surgem
inúmeros candidatos de partidos menores e que não conquistam um fração
expressiva dos votos nacionais – mesmo se forem somados os eleitores de todos
eles juntos. O que querem esses candidatos e como influenciam o cenário
político durante a campanha?
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconhece 32 partidos políticos no
país. Contudo, o cidadão médio se lembra de somente quatro ou cinco siglas.
Desses 32, onze terão candidatos próprios ao cargo de Presidente da
República. As últimas pesquisas de intenção de voto mostram que cerca de 70% dos brasileiros
votariam em três dos candidatos, o resto se divide entre brancos, nulos,
indecisos e os outros oito candidatos restantes, somados não chegariam no total
obtido pelo menos cotado dentre estes três “grandes”.
A abundância de candidatos é favorecida pela falta de barreiras da
própria Constituição. Qualquer brasileiro – com seus direitos políticos em dia
– pode candidatar-se à Presidência da República. O especialista em comunicação
política e moderador da Instituição
Friederich Naumann, Marcelo Puppi, aponta outro fator à
superpopulação de candidatos: “a falta de uma Cláusula de Barreira na nossa lei
permite que qualquer um saia candidato”, referindo-se à norma que exigia um
mínimo de participação de votos por parte dos partidos para manter o direito de
representação partidária e que foi considerada inconstitucional, em 2006, pelo
Supremo Tribunal Federal (STF).
A falta de barreiras fomenta o surgimento de candidaturas de pequena
expressão e a existência delas gera diversos desdobramentos. Como o espaço
para propaganda política, que se fragmenta tanto no rádio quanto na
televisão. Na visão de Puppi, a própria sequência de pleitos decididos no
segundo turno é reflexo do excesso de candidaturas. “Nas últimas eleições, só
tivemos segundo turno porque parte dos votos se dispersou entre as pequenas
candidaturas”.
Marcelo Puppi cita Norberto Bobbio, filósofo italiano, para
explicar as motivações de um candidato. “Bobbio ensina que existem duas razões
para se fazer política: a primeira é chegar ao poder, a segunda difundir
ideias”. Mas o próprio Puppi diz suspeitar de uma terceira, um tanto quanto
dificil de provar:
1. Conquistar um lugar
no governo dos vencedores:
O pequeno presidenciável pode ter entrado na disputa, desde o início,
pensando em firmar alianças com os grandes, trocando seus votos e apoiadores e
outros favores em troca de participação dentro do governo – caso o novo aliado
saia vencedor do pleito. Este método é, possivelmente, a forma mais realista
que o pequeno candidato tem de colocar parte de suas propostas de governo em
prática.
2. Servir de “laranja”
para partidos maiores:
Há um lado mais sombrio da candidatura dos pequenos: partidos maiores
podem financiar os menores para que lancem candidatos dedicados a fazer o jogo
sujo, atacando a imagem de um forte opositor. “É uma prática de difícil
comprovação na Justica Eleitoral. Porém, basta prestar atenção nos programas
eleitorais e debates que podemos constatar as tais ‘linhas auxiliares’”,
explica Puppi sobre a possibilidade de candidatos se prestaram ao papel de
“laranjas”.
3. O (utópico) sonho
da vitória:
A terceira razão da insistência desses candidatos na corrida pela
presidência é a real intenção de vencerem para então levarem adiante suas
propostas de governo. Desta forma que surgem os candidatos
profissionais. Esses são figurinhas constantes nos pleitos. Esses candidatos
podem nunca ter vencido uma eleição, mas seguem tentando. Muitas vezes eles
mesmos financiam suas campanhas que, como todas, têm um aparato político por
trás, com seu espaço no horário político da televisão e do rádio, suas
assessorias e agenda de campanha.
4.
Ganhar dinheiro:
A promessa de ganhar dinheiro durante a campanha funciona como um imã de
candidatos para qualquer cargo. O dinheiro vem principalmente de doações e
posteriormente pode vir de acordos firmados ao longo da campanha com empresas e
partidos.
Para votar em algum desses “nanicos” é preciso – como com qualquer outro
candidato – pesquisar seu histórico e ficar atento às coligações, ao jogo
político e ao noticiário. E você, votaria num deles? Em quem? Por quais
motivos? “Dê seu voto” nos comentários.
Fonte:Google
EU RECOMENDO
VISITE!
INFORMAÇÃO,DIVERSÃO,CULTURA
www.msor2014.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário