Teus barcos, teu poder, tua soberania.
Tremes de espanto e horror. E um canto de agonia
Sobe dos teus canais ao leão de torvo aspeito.
O Oriente, a coruscar de ouro e de pedraria,
Fulge-te à fronte e às mãos num derradeiro preito,
E o nardo, o incenso, a mirra ungem-te o régio leito
Em que estendes a dor do teu último dia.
Cristã, que abriste o seio ao pagão muçulmano,
Clamas contra o destino, este maldito oceano
Que o ceptro secular te espedaça nas fragas.
E o Ibero, o teu Otelo, ardendo de áureos ciúmes,
Afoga-te no leito entre raros perfumes,
Ó soberba e imortal Desdêmona das vagas!
Arthur de Salles,príncipe dos poetas baianos,autor da letra do Hino ao Senhor do Bomfim.
Que beleza Miriam,realmente muito inspirado e abençoado, pois o Hino é lindo e aqui este maravilhos soneto.Um abraço de paz.
ResponderExcluirRealmente,Toninho,belos versos.Porém, o Ocaso no Mar,dele tb,é magnífico. bjs
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