Cá estamos de volta para o Brasil, Paraná e Curitiba. É gratificante ouvir o nosso sotaque, ver a nossa gente tão igual e tão diferente ao mesmo tempo..
.Foi muito bom ter contato com outro país, foi nossa primeira vez.
Gold Coast, onde ficamos, é um pedaço da Austrália, é a Costa Dourada. Já falei de quase tudo o que me foi possível observar, mas estou no meu aconchego.
Aqui estão as minhas raízes, a minha família, os meus amigos. Em outros tempos de minha juventude, talvez eu me aventurasse a morar em outro país, hoje não.
Gosto da alegria do brasileiro, dos nossos sabores, da nossa diversidade. Gostaria muito que o nosso Brasil tivesse a qualidade de vida dos australianos, a segurança, a ordem, a igualdade social. Asseguro que pelo menos em Gold, não vi pobreza, me pareceu até tudo muito igual, com exceção da marina onde ficam os barcos, iates, veleiros. Ali vemos a cara da riqueza escancarada, como diz um sobrinho meu.
Há aspectos interessantes, impensáveis aqui no Brasil. Os supermercados não vendem bebidas alcoólicas. Há revendedoras exclusivas para isso e se há duvida quanto a idade de um jovem que deseja comprar esse tipo de bebida, tem que apresentar o documento provando que é maior de idade.
Farmácias não vendem quase nada sem receita, mas há um lado menos glamoroso nisso: há assalto para roubo de medicamentos com o objetivo de manipular drogas.
Outra coisa, os australianos ruivos são discriminados veladamente. Há um termo usado para designar essas pessoas.
Lá no Pará, quando víamos um branco de cabelo ruivo e ainda pixaim, chamávamos de sarará. É mais ou menos isso que designa os ruivos australianos. Os imigrantes -e são milhões- são a base das atividades que exigem mão de obra menos especializada.
Os jovens de Gold , em sua grande maioria, não querem o trabalho braçal.
Indianos, japoneses, chineses, brasileiros ( Bahia, Minas, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Ceará... ) formam a massa trabalhadora nos hotéis, bares, construção civil , pizzarias, atendentes em lojas etc... Mas se perguntamos se eles querem voltar, para seus países, a resposta quase sempre é não.
Um estudante que trabalha cerca de 50 horas semanais, em dois empregos, ganha cerca de 850 dólares por semana. É trabalho duro, mas eles dizem que vale a pena, então, que seus sonhos se realizem. Conhecemos uma jovem de Brasília que já conhece quase toda a Europa só com o que ganha como estudante. Não sei se dá para economizar, ela disse que sim.
Para quem deseja aventurar-se a ir para a Austrália, tem de investir no inglês, deve ter coragem para trabalhar (a não ser que os pais banquem o sonho).
Como eu já disse, Gold Coast respira surf. Vimos muitas criança mal saídas das fraldas já com suas pranchas e os pais incentivando a prática. Parece que quando elas nascem já vão dizendo: quero uma prancha. Aprender a surfar faz parte das aulas de educação física por lá.
Vou ficando por aqui, dizendo que estou feliz por estar no meu aconchego e já pensando em outro projeto de viagem, desta vez para a Europa, se Deus quiser.
*Obrigada, amiga Conceição Gomes, por esse texto tão informativo e gostoso de ler.
Caríssima Miriam,quanto ao texto,tem toda razão por todas as informações prestadas por Conceição Gomes.
ResponderExcluirCom relação ao Lado Avesso,agradecer por tanta qualidade que a amiga nos oferece e,tambem,pelo mimo de publicar a foto em que estamos juntos no nosso primeiro encontro na ACB.
Um beijo amigo de verdade.Belíssima noite.
Cézar,que seria de mim sem os amigos?
ResponderExcluirEles nos dão régua e compasso,nos ajudam a ser um pouco melhores e a compreender melhor pessoas e situações. bjks